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Insegurança é tema de debate em Audiência Pública na câmara de Patos-PB

Por Ascom-Câmara   Quinta-Feira, 17 de Fevereiro de 2022

A Câmara Municipal de Patos-PB realizou na noite desta quarta-feira (16) uma Audiência Pública para debater a crescente onda de crimes registrados nas cidades de sua Região Metropolitana. Com a presença da maioria dos membros do Poder Legislativo, os trabalhos foram presididos pelo vereador Josmá Oliveira (Patriotas), autor do pedido da audiência, que reuniu ainda representantes de vários seguimentos da sociedade, a exemplo do comércio, um dos setores mais preocupados com a escalada de assaltos e furtos. “Não apenas os comerciantes, mas toda a sociedade de Patos e de cidades do Sertão estão sendo aterrorizados por essa onda de terror patrocinada por criminosos que estão se aproveitando desse momento de instabilidade nas forças de segurança, por conta da desvalorização salarial e a precarização dos serviços, principalmente dos policiais militares penalizados por essa política de desmonte do governo do estado. ”, justificou Oliveira.

Participaram das discussões o senhor Francisco de Sales Martins, Diniz, presidente do SINCOVEP - Sindicato do Comércio Varejista de Patos; Ebivaldo Gonçalves Brito, Babá, presidente da ACIAP – Associação Comercial e Industrial de Patos; Oton Ferreira da Silva, presidente da CDL; Everaldo Lima, presidente do Sindicato dos Comerciários de Patos e Região; o advogado Ramonilson Gomes Alves, juiz aposentado; os deputados Érico Djan (Cidadania), Walber Virgulino (Patriotas) e Cabo Gilberto Silva (PSL); o vereador de João Pessoa, Carlos Henrique da Costa e o pré-candidato a governador da Paraíba, Nilvan Ferreira.

Os representantes dos comandos de segurança pública locais, a exemplo do IIIBPM, CPRII e Delegacia Seccional de Polícia Civil, embora tenham sido convidados, não compareceram e nem mandaram representantes, assim como o Chefe do Poder Executivo Municipal. O presidente da ONG Abolição Militar, CB Silvano Morais e o Ten. Cel. Ramalho, falaram em defesa dos PMs; o policial civil Rafael Gomes Dantas, lotado na delegacia da cidade de Teixeira-PB, falou em nome dos colegas.

Na tribuna, os debatedores expuseram as dificuldades enfrentadas pelas populações com uma onda de crimes e, também, pelos que fazem as forças de segurança (em especial os Policiais Militares) e apresentaram sugestões que serrão encaminhadas aos gestores municipais e ao governo do estado. “É preciso estruturar a Guarda Municipal com a contratação de mais homens e a compra de equipamentos. Afinal, ela (GM) é uma auxiliar no trabalho ostensivo da Polícia Militar.”, defendeu o advogado Ramonilsom Gomes. Já o presidente da ONG Abolição Militar, Silvano Morais, criticou os valores pagos pelos platões extras em torno de R$ 6,00 e as constantes perseguições, tanto por parte dos governos como dos comandos, que sofrem quem ousa defender os direitos da categoria. “Infelizmente não vemos uma solução em curto prazo. Mesmo que se faça concurso público, nós levaríamos 1 ano e 3 meses para formar um soldado.”, lamentou o PM lembrando que um policial da PRF leva apenas 3 meses. "Nesse ritmo, para o estado atingir o que determina a lei, serão necessários 40 anos para zerar o déficit de homens na corporação.", acrescentou.

Os deputados Cabo Gilberto Silva e Walber Virgulino, criticaram o governador João Azevedo (Cidadania), que no ponto de vista deles, precisar “baixar a guarda” e dialogar com a tropa. “Ora, um governador que manda um projeto pra assembleia retirando direito dessas categorias e que obrigado um PM a trabalhar 400 horas por mês pra ter um salário que se aproxime do que é digno, expõe seu desinteresse com a Segurança Pública.”, criticou o deputado Silva. Já o deputado Ércio Djan sugeriu a reabertura de alguns Postos Policiais nas comunidades periféricas, citando como exemplo o bairro do Jatobá. ´”É preciso reabrir esses postos de apoio às comunidades.”, cobrou Djan, sem citar de onde viria o efetivo, uma vez que o maior problema no estado nesse momento é justamente a falta de homens.

Francisco de Sales Martins, presidente do SINCOVEP, ressaltou a preocupação dos comerciantes de Patos com os constantes assaltos. “Estão invadindo as lojas em plena luz do dia.”, lamentou preocupado Diniz. Ele também informou que por conta da falta de policiamento, muitos comerciantes estão tendo que contratar segurança privada e que esse custo acaba sendo repassado para os consumidores que já pagam muitos impostos.

Ao final dos trabalhos, o vereador Josmá Oliveira agradeceu aos participantes e, durante entrevista, disse que um documento será elaborado e enviado às autoridades. “Nesse documento, nós apresentamos as principais falhas que contribuem com essa onda de insegurança e, ao mesmo tempo, apresentaremos as sugestões.”, informou o edil que presidiu os trabalhos. “Como a competência de garantir segurança a população é do estado, esperamos que o governador seja sensível com esse clamor da sociedade e tome as providencias devidas.”, pontuou o parlamentar.

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