Por Ascom-Câmara Quinta-Feira, 17 de Março de 2022
O aumento da população de cães e gatos que vivem em situação de rua na cidade de Patos-PB, foi tema de um debate na Câmara Municipal, durante mais uma Audiência Pública realizada pelos vereadores, para discutir esse problema que há vários anos preocupa a população.
De autoria do vereador Josmá Oliveira (Patriota), os trabalhos foram iniciados às 19h desta quarta-feira (16) com a participação de representantes de associações protetoras de animais, cuidadores voluntários e ONGs. “A gente lamenta muito a ausência das autoridades públicas convidadas e, também, de grande parte dos protetores que receberam o convite. ”, queixou-se o edil, acreditando que as chuvas caídas durante a noite do evento, deve ter contribuído para as ausências. “Contudo, nós conseguimos reunir material suficiente para anexar a um documento que será enviado ao Promotor Curador do Meio Ambiente, Dr. Leonardo Cunha Lima, cobrando providencias. ”, revelou Oliveira, sugerindo, ainda, que o Chefe do Executivo Municipal realize campanhas educativas. “A gente tanto cobra celeridade nas castrações, como também vamos sugerir que o município promova campanhas nas escolas, orientando quanto a responsabilidade que tem aquele que adota, para tratar bem e não abandonar os animais. ”, pontou o edil.
O vereador Sgt. Patrian (Rede) também criticou as ausências das autoridades, especialmente a direção do Hospital Veterinário da UFCG – Universidade Federal da Paraíba. “Nós esperávamos que eles viessem pra nos informar sobre o andamento da parceria firmada com a secretaria de saúde do município para a realização das castrações que continuam muito a desejar. Não avançam. ”, lamentou, considerando, no entanto, que o momento foi oportuno para o fortalecimento do movimento em defesa dos animais. Como forma de pressionar as autoridades competentes, Sgt. Patrian orientou as pessoas vítimas de ataques de cães na cidade, a entrarem com ações na justiça. “Somente assim o prefeito vai dá a devida atenção ao problema. ”, sustenta.
Já o vereador Zé Gonçalves (PT) atribuiu toda responsabilidade do problema ao Chefe do Executivo, na pessoa do prefeito Nabor Wanderley (Republicanos) e criticou duramente a falta de um Centro de Zoonoses no município. “Veio o primeiro recurso para construção do centro e foi devolvido. Depois anunciaram com foguetórios a chegada de R$ 1.000.000,00 através de uma emenda do deputado Hugo Mota, fizeram uma festa, mas se negaram a dar a contrapartida do município e o recurso voltou de novo. ”, criticou Gonçalves. “No entanto, quando é para financiar os festejos juninos, o município destina R$ 2.000.000,00. O que falta é interesse político. ”, bradou o parlamentar, acrescentando ainda que se “não fossem as ações dos voluntários abnegados, a situação seria muito pior. ”, arrematou.
O presidente da ONG Adota Patos, Rafael Dantas, lamentou o fim da parceria com o município para as castrações e criticou a falta de sintonia entre a gestão e os protetores. “Nós conseguimos construir uma sala para as castrações, obedecendo os critérios sanitários e as normas do CRMV, eles nos pediram o prédio prometendo disponibilizar outro espaço, mas o novo prédio é precário. No entanto, vamos receber assim mesmo e, até o final do mês, vamos tentar reiniciar as castrações pela ONG. ”, informou.
Outro depoimento que chamou a atenção dos presentes foi o da presidente do Grupo Amparo Animal, Yasmim Tuane. Durante seu pronunciamento na tribuna, além de lamentar o descaso das autoridades frente ao problema, ela criticou também a intolerância de parte da sociedade contrária as ações de ajuda dos protetores. “Infelizmente, pior que não compreender o trabalho feito pelos grupos de voluntários e, de não ajudá-los, é fazer questão de atrapalhar. ”, lamentou Tuane, se referindo às pessoas que não aceitam que os voluntários alimentem esses animais. “Muitos acreditam que o aumento da população desses animais é culpa da gente que os alimenta. ”, afirmou preocupada a protetora.
Ao final dos trabalhos, o vereador Zé Gonçalves sugeriu a formação de um grupo de trabalho composto por protetores e vereadores e apresentou a ideia de massificar uma campanha junto à sociedade, através de carro de som, panfletos e nos programas de rádio locais, responsabilizando diretamente a administração pública pela falta de ações. “É preciso criar um fato político para que o prefeito tome as devidas providencias. ”, defendeu o parlamentar. A sugestão do edil foi aceita pela maioria dos presentes, mas as estratégias da campanha só serão traçadas em um próximo encontro em data ainda a ser marcada.
